A maioria dos trabalhos – no artesanato – é um pouco previsível. Sai aquilo que planejei: um quadrinho, um sachê, um porta retratos. Mudam apenas cores, algumas formas ou os tecidos.
Poucas criações são tão imaginativas e imprevisíveis que as criaturas monstruosas. Se tem uma coisa que adoro criar são monstrinhos de feltro. Tenho vários em casa e já fiz outros tantos para dar de presentes. Criar monstrinhos me permite extrapolar na forma sem parecer estranho. Tudo é meio esquisito e legal ao mesmo tempo.
Todas as edições da revista Trabalhos Maravilhosos traz uma receita especial para as crianças. A edição #3 não foi diferente e mostrou como costurar bichinhos de pelúcia. Engraçado pensar que 40 anos atrás as referências de brinquedos de criança eram bonecos imitando pessoas ou animais. Já existiam os super heróis, claro. Um dos primeiros jogos para computador foi criado em 1961 e se chamava SpaceWar!
Mas nesta época, os jogos de vídeo game estavam restritos ao ambiente universitário. O primeiro console, por exemplo, foi lançado em 1971. E o primeiro jogo de sucesso – vendido em console doméstico – foi o jogo arcade Pong. Os seres imaginários de Star Wars só seriam vistos no cinema anos depois.
Para refazer uma receita do fascículo #3 da revista Trabalhos Maravilhosos meu desafio foi recriar um boneco para crianças. Fiz uma releitura para esta época, em que vídeo games e ficção científica conquistam crianças e adultos. Acho que no meu caso não seria mais óbvio. Minhas criações prediletas são mesmo as minhas criaturas maravilhosas.
Nesta edição do desafio eu desenhei e bordei dois monstros. Um deles acabou parecido com um sapinho 🙂 Ficou mais charmoso ainda. O outro é uma bolinha rosa com olhos de lantejoula. Uma fofura.